26 abril 2011

Sistemas de Zonas - Ansel Adams

Ansel Adams




Ansel Adams (1902 — 1984)


O chamado Sistema de Zonas foi criado por Ansel Adams (1902-1984) em parceria com Fred Archer. É nada mais que um método fotográfico, com a idéia de criar uma nomenclatura adequada para a luz, uma técnica fotográfica para determinar a exposição ideal do filme e seu processamento fotográfico.

Ansel Adams foi um fotógrafo dos Estados Unidos da América, trabalhou essencialmente no campo da fotografia paisagística. Adams era músico, tinha um grande talento musical, aprendeu sozinho a tocar piano com 12 anos de idade. Sua vontade de transpor para a fotografia os tons de cinzas como notas musicais deram origem à sua metodologia. Ela estabelece relações entre os vários valores de luz do sujeito e as correspondentes densidades registradas no negativo.

Era uma tecnologia inovadora e de baixo custo. Qualquer fotografia contém menos detalhes que o olho humano vê, daí surge a necessidade de se medir a luz sobre o assunto fotografado. Utiliza-se o fotômetro, que é um instrumento que permite combinar a abertura do diafragma e velocidade do obturador.

A capacidade dos filmes negativos em registrar tons fica restrita a 10 tons diferentes que vão
do preto até o branco da base do papel.  O espectro tonal do filme foi dividido em dez zonas e para cada uma destas zonas foi atribuída uma definição de como ela deveria ser representada na ampliação.



Vamos simplificar o conceito original de Adams:


Zona  Tons  Observações
0   5.0    Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.
I  4.0   Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.
II   3.0   Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.
III   2.0   Primeiro tom de cinza escuro.
IV   1.0   Cinza Intermediário.
V   0       Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.
VI   +1.0  Cinza claro.
VII   +2.0  Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.
VIII   +3.0  Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas.
IX  +4.0  Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.


 
Podemos ainda subdividir esta escala em 0.5 ou até 0.3 pontos, limite de percepção dos filmes  profissionais ou  das câmaras digitais DSLR.

Para criar o cinza médio que fica na zona V, vou citar um exercício retirado de um site mais abaixo.

Sempre que expomos o filme com a fotometria em 0, teremos o padrão cinza médio, também utilizado pelos fabricantes para aferirem seus respectivos fotômetros e a vasta gama de sensibilidade dos filmes. Analisando uma cena, devemos saber em qual zonas vamos trabalhar e oque é importante retratar na nossa cena. Podemos usar o fotômetro que pode medir este ponto importante, e assim para a exposição recomendada que aponta para a zona V e compensamos esta exposição abrindo e fechando pontos para chegar na mesma.  Assim alcançaremos resultados mais próximos do que enxergamos e possibilita criarmos o controle tonal, como  conhecemos todos os processos da imagem, podemos manipular a produção da imagem.




Segue abaixo algumas fotografias famosas de Adams e o exercicio para criar o cinza neutro.


Moonrise, Hernandez

O grande plano geral mostra a imensidão do céu escuro do Novo México. Esta é a foto mais famosa de Ansel Adams. Em ambientes escuros, o tempo de exposição tem que ser maior; foi isso que Ansel Adams fez.



Jeffrey Pine, Sentinel Dome

A árvore retorcida no plano geral dá uma sensação de movimento e desespero. A impressão que dá é que ela tenta alcançar a pedra, onde se encontra sua sombra.

 

 

 Church, Taos Pueblo

Ansel optou pelo plano geral para fotografar a igrejinha. O enquadramento é interessante, porque a parede da frente forma uma espécie de moldura para a igreja detrás, mais especificamente para a porta.

 

 

Abaixo temos a imagem que constitui uma espécie de marco inicial do reconhecimento do trabalho fotográfico de Adams. Esta imagem foi fotografada no parque Yosemite, conhecida como Monolith, a Face of Half Dome, na sua primeira grande viagem. 

Monolith, Face of Half Dome


 

Agora, vamos ver como construimos o nosso tão querido CINZA NEUTRO:

Para compreender melhor esta escala, fotografe uma placa de Isopor Branca. Fotômetro, procurando sempre manter o fotômetro em 5.6 e variando a velocidade. Exponha corretamente seguindo fielmente a leitura do fotômetro. Obteremos assim o Valor 0 (Cinza médio 18%).

Agora, é só abrir +0.5 ponto (entre 5.6 e 4). Desta forma obteremos o cinza claro.
Abrir um ponto, vai ter o cinza Claro, abrindo mais um ponto, terás o Branco real, com a textura do Isopor.
Agora partindo da Leitura Normal do Fotômetro (Cinza Médio) feche um ponto.
Terás o cinza escuro, em seguida, feche mais um ponto terá o preto com textura.
Este é o fundamento básico de Ansel Adams! Simples, não?
Agora, se der algum problema, teu fotômetro deve não deve estar calibrado.

Bibliografia:


http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansel_Adams






EXTRAS: Oque é o cartão cinza?
  Cartão cinza é um cartão feito de papel ou plástico, que reflete uma porcentagem conhecida de luz que incide sobre ele. Tem um lado cinzento, que reflete 18% da luz e que corresponde ao cinza médio na escala de cinzas. O outro lado geralmente é branco e reflete 90% da luz. É de grande importância, pois serve como padrão na aferição de fotômetros e flashmeters para uma perfeita exposição fotográfica (EV). A medição é feita contra o cartão cinza que é introduzido no cenário. Esta técnica de medir a exposição pela luz refletida pelo cartão cinza Faz uma leitura similar à da luz incidente em que a exposição não é influenciada nem pelo reflexo de objetos brilhantes, nem pela forma dos objetos iluminados e nem pelo peso das sombras presentes no cenário.

Extraído de: http://betahoffmannfotos.blogspot.com/2010/12/cartao-cinza-e-um-cartao-de-papel-ou.html

Cartão Cinza
 

 Boas fotos!

Luisa Dorr

 

 

 












2 comentários:

  1. Muito bom. Obrigado pelo texto - uma verdadeira aula!

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  2. Parabéns pelo pela postagem, sou desenhista e estou fazendo uma apostila de desenho, gostaria de usar a 2° foto desta postagem, e colocar os créditos, claro. Será uma aula sobre percepção tonal. Poderá visitar meu blog: francadesenho.blogspot.com.br/. Aguardo seu contato, Grato Ricardo França

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